quarta-feira, 6 de julho de 2016

Preço do feijão pode baixar ainda este mês, diz Conab




Nas últimas semanas, ele virou “meme” na internet, se tornou produto cobiçado e teve até cargas roubadas pelo Brasil. Estamos falando do feijão que, junto com o arroz, é a combinação gastronômica mais comum na mesa do brasileiro. O preço do produto do tipo carioquinha, que é o mais consumido no país, registrou o maior aumento após a última safra. Nos supermercados e feiras livres de Natal o quilo é encontrado, com pouca variação, a R$ 12.

O preço parecia algo inimaginável para o feirante André Marcelo, 29 anos, que trabalha há dez anos na feira das Rocas. “Nunca tinha visto passar de R$ 6. Os consumidores reclamaram muito, mas não têm o que fazer. Todo mundo precisa comer”, diz. Apesar disso, produtores e comerciantes esperam queda do valor nas próximas semanas, causada pela chegada da safra de julho.

As razões para a alta foram o excesso de chuva na região Sul, especialmente no Paraná, e a seca na Bahia, que é o principal produtor no Nordeste. O Rio Grande do Norte só tem produção de feijão macáçar e verde e importa o grão dos tipos preto e “coloridos” justamente das regiões Sul, Centro-Oeste e da Bahia no Nordeste. A alta repentina ocorreu no final de maio e início de junho. De acordo com relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o preço da saca de 60 quilos vendida pelo produtor paranaense subiu de R$ 254,25 para R$ 428,82 - um aumento de 68,7%.

A projeção da Conab em abril era de que o país colheria 3,182 milhões de toneladas. A pesquisa do mês seguinte, entretanto, apontou 2,925 milhões de toneladas produzidas. De acordo com o relatório de junho, em função da retração no plantio e da situação climática adversa, com a presença do El Ñino, ficou comprometida a oferta de 100 mil toneladas no começo do ano. Isso favoreceu a elevação do preço. Posteriormente, em maio, após a confirmação da quebra na produtividade das lavouras devido aos longos períodos sem chuva, a segunda safra reduziu a produção em mais 150 mil toneladas. “Os preços dispararam, ultrapassando a média registrada nos piores anos de colheita”, conclui o relatório.

“O que existe é a lei da oferta e procura do mercado. Tem pouco feijão e o consumo é o mesmo. O governo federal liberou por 90 dias a tributação sobre o feijão, para tentar reduzir o preço, mas a gente só vai perceber isso nas próximas semanas e quando a terceira safra já estiver entrando no mercado”, considera Antônio Carlos Magalhães, coordenador de Agropecuária da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e da Pesca (Sape).

O feijão tem três safras anuais. A terceira é prevista justamente para este mês. Apesar da expectativa de redução do preço após a safra, isso vai depender dos resultados obtidos. A atenção, de acordo com a Conab, ficará voltada para o clima na região nordeste da Bahia, que apresentava até junho chuvas normais. As áreas irrigadas também vão ser outro ponto observado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário